Inaugurado a 15 de junho de 1996, o Museu Etnográfico da Madeira ocupa dois edifícios, na vila da Ribeira Brava: um antigo edifício, uma casa solarenga do século XVII, que no século XIX foi convertido numa unidade industrial – o “Antigo Engenho de Aguardente da Ribeira Brava” – e um edifício novo, construído de raiz para este fim.
Naquela fábrica funcionaram um engenho de moer cana de açúcar e dois moinhos de cereais, movidos a energia. (…) Pela sua duplicidade tecnológica este edifício e equipamentos tecnológicos, constituem um testemunho único, a nível europeu…
O acervo do museu integra coleções de objetos relacionados com os diferentes aspetos sociais, económicos e culturais do arquipélago da Madeira…
(…) Na sala de exposições temporárias e em exposições itinerantes, integrando este acervo coleções que abrangem diversas temáticas, nomeadamente profissões tradicionais, traje, instrumentos musicais, brinquedos, artesanato ou alfaias agrícolas.
Decorreu entre 6 de julho de a 12 de novembro uma interessante exposição temporária, sob o tema: “NO FEMININO: NAVETAS, AGULHAS E AFINS”, a qual vincava a importância do enxoval no casamento. Em tempos recuados, as peças que faziam parte do enxoval da noiva eram especiais e constituíam um dos principais “objetivos de vida” de muitas raparigas, pelo que estes preparativos começavam normalmente na adolescência ou após a entrada na fase de noivado. Decoradas com bordado Madeira e rendas, como as que estiveram expostas nesta exposição, constituíam um bem inestimável que, hoje enriquecem o nosso património cultural. Algumas eram usadas apenas no dia do casamento e em ocasiões importantes, pelo que se mantinham, em bom estado de conservação, passando de geração em geração, possuindo um grande valor afetivo e simbólico…